22 de abr. de 2013

Papisa Joana


Livro escrito por Donna Woolfolk Cross, conta uma maravilhosa história muito bem narrada da existência de uma Papisa na Igreja Católica, eleita no ano de 853. O livro tem um trabalho de pesquisa primoroso e agrada aos amantes de História.
Uma menina nascida na Idade das Trevas, uma época em que a ignorância, a miséria e o preconceito sem limites faziam o pensamento corrente. As mulheres eram menos que o cocô do cachorro e os homens podiam e eram capazes de tudo. Joana nasce com uma vontade feroz de conhecimento e tem talento para isso, diferentemente de seu irmão João, de quem ela toma a identidade depois de uma invasão na cidade onde estavam morando. O texto é repleto de aventura, intrigas, desonestidade e amor. Papisa Joana é uma daquelas sonhadoras que não aceitam o que lhes é imposto e lutam até cansar por aquilo que querem e acreditam. Vale muito a pena ler. São 490 páginas que vão mostrar que as restrições (até a do sexo) não podem abalar sua vontade de ser e de viver.

Bento

Acabei de ler o livro entitulado Bento do escritor brasileiro André Vianco. Vale muito a pena ler. É sobre vampiros. Conta a respeito de um Brasil novo, onde os vampiros e os homens se confrontam na tentativa de permanecerem vivos. O personagem Bento é o salvador dos humanos, que acorda de um transe em qual estava desde que houve uma parada no mundo, tipo uma catástrofe zumbi, mas com vampiros e bota os vampiros de volta em suas tumbas, mortinhos da silva. Há mais de um Bento, mas o trigéssimo é O escolhido, é o cara. O livro é muito bom, cheio de suspense e lances bem bolados. Eu já tinha lido outro livro deste escritor (Sementes no gelo) e tinha gostado, mas Bento, eu amei. Acho que deveríamos indicar como leitura essencial nas escolas, mas tem palavrão, não daria certo. A opinião pública cairia matando (santa hipocrisia!!). Mesmo assim, vou indicar aos alunos e/ou às pessoas que gostam desse tipo de aventura literária. Leiam e depois comentem comigo aqui no blog.

21 de abr. de 2013

20 de abr. de 2013

Artemis Fowl - O menino prodígio do crime

Escrito pelo irlandês Eoin ColferArtemis Fowl é um livro tão bom de ler que você acaba e já quer ler os outros da série. Li este livro em Junho de 2009 e me encantei com a saga do menino que na ausência do pai (o pai fora sequestrado e parte do dinheiro da família sumiu, mas essa é a história do segundo livro) tenta manter a fortuna da família, fortuna essa oriunda de trapaças do clã Fowl. Com apenas 12 anos e uma inteligência fenomenal, o garoto bola um plano mirabolante para se apoderar do ouro das criaturas que moram no centro da Terra, o Povo das Fadas. Ele rapta a capitã da LEPrecon, Holly Short, uma elfo valente e irritada. O autor cria alguns personagens que complementam a história de forma genial, como o mordomo Butler que acompanha Artemis com uma fidelidade e eficiência de dar inveja. E a partir daí vocês terão uma aventura deliciosa com tecnologia de última geração, muitas criaturas diferentes e grande poder imaginativo. É um livro divertido, suave que prende a sua atenção totalmente. Não é nenhum clássico, está catalogado como infanto-juvenil, mas eu que já passei da adolescência há alguns anos, posso dizer que amei. Leiam e me digam o que acharam.

A Revolução dos Bichos


Livro escrito por George Orwell, o mesmo que escreveu o maravilhoso clássico 1984 (que deu origem à ideia do fulano que inventou o Big Brother, essa droga televisiva. Se George Orwell imaginasse isso, teria cortado os pulsos, raspado o bigode e as sobrancelhas e pulado de um penhasco, tudo ao mesmo tempo). Mas, voltando ao tema, A Revolução dos Bichos é uma metáfora magnífica de como os seres s relacionam com o poder. É uma fábula com personagens animais e com cunho político, criticando a dominação totalitária de uma classe social contra outras. Os bichos se rebelam contra o fazendeiro, expulsam-no da fazenda e resolvem montar uma sociedade. No início 7 mandamentos orientam seus ideais de boa convivência:
1.                  Qualquer coisa que ande sobre duas pernas é inimigo.
2.                  Qualquer coisa que ande sobre quatro pernas, ou tenha asas é amigo.
3.                  Nenhum animal usará roupa.
4.                  Nenhum animal dormirá m camas.
5.                  Nenhum animal beberá álcool.
6.                  Nenhum animal matará outro animal.
7.                  Todos os animais são iguais.
Com o passar do tempo e descobrindo-se as habilidades de cada bicho, as coisas mudam e as mudanças não são boas paras as classes menos favorecidas. Por fim, o mandamento passa a ser apenas um:
1.      Todos os animais são iguais, mas alguns são mais iguais do que os outros.
É mole??? No livro publicado pela Editora Globo – 36ª edição, há um desenho da cara do dominador dos bichos e talvez pareça com muitos que conhecemos... Será?
Todos são capazes d oprimir.

29 de set. de 2009

Escola não é para todos

Alguns justificam que o baixo salário dos professores é devido ao nível do professorado brasileiro ser insuficiente. Mas talvez seja o justo contrário. Ensino aos meus alunos uma parcela muito pequena do conhecimento que obtive em uma vida inteira dedicada ao estudo. E certamente não sou a única. Vou explicar melhor. A escola é local de estudar. Por estudar entende-se aplicar a inteligência para aprender, analisar, examinar detidamente, segundo o dicionário Michaelis. Para estudar nem é necessário que se esteja na escola, pode-se ter essa experiência em qualquer lugar. Não quero dizer que sou a favor da extinção da escola. Não. É necessário que o aluno frequente esta instituição, uma vez que ela serve para que haja convivência e integração entre pessoas, o que auxilia na formação do indivíduo. Para uma pessoa (seja ela criança, adolescente ou adulto) efetivar a ação de estudar é necessário ter interesse e dedicação; silêncio e introspecção; pesquisa e aprimoramento. Sem essas ferramentas, para muitos, não é possível avançar. Existe, mas é difícil encontrar alguém que consiga se concentrar em meio ao caos. Apesar dessa lógica, o que se vê atualmente são alunos que vão à escola sim, pois o conselho tutelar não permite que eles fiquem em casa e o governo tem uma campanha para ter todas as crianças na escola. E os pais, pressionados por isso, mandam seus filhos à escola, mas não se interessam se eles estudando.
A escola não tem que ser pra todos, como eles propõem, deve ser para quem merece. Merecimento porque o aluno ou sua família deve querer estar ocupando aquele espaço e honrar essa postura. E escrevo isso porque acredito que haja alunos e pais que acreditam que o estudo seja algo importante e essencial na vida e é por essas pessoas que os professores lutam todos os dias. Sempre que houver um aluno que esteja querendo aprender, devemos orientá-lo. Sinto muita pena daqueles que se interessam pelos estudos. Eles estão em salas de aula onde a baderna é geral. Eles querem escutar e entender o que o professor está tentando dizer, mas não conseguem. O professor gostaria muito de dar uma atenção especial àquele aluno que se dedica e gosta de sua matéria, mas ele não consegue, pois se ele se debruçar por mais de dois minutos e explicar em particular para alguém, os outros aproveitam para botar terror. Essa criança que veio para escola no intuito de (pasmem) estudar, não tem coragem de se impor e gritar com os colegas, exigindo que eles calem a boca para a professora explicar porque ele está interessado. Imaginem! Se ele fizer isso é capaz de aparecer com o olho roxo na próxima aula. E não pensem que é exagero. Quando alguém se atreve a sugerir silêncio, é taxado de cdf (sigla impublicável), otário, nerd. É real. O trouxa é aquele que estuda e que tira notas altas. Isso não é mesmo bizarro? Pois é, as coisas no Planeta Escola mudaram e muito. O que eu faço, então, com o meu aluno estudioso? Ele fica chafurdando na lama da ignorância alheia. Isso é justiça e escola para todos? Tenho que prover espaço ao aluno que não tem comprometimento com sua própria educação com prejuízo ao bom aluno. E isso tudo com o aval do Estado, sendo este o responsável por essa dilaceração da escola com suas leis insanas que só sabem punir quem está disposto a estudar e a ensinar.
Como solução, o discurso entre os “professores de escritório” reza sobre a falta de competência dos professores. Estes grandes estudiosos que nunca estiveram em uma sala de aula aparecem em cursos de capacitação com umas lousas bacanas, datashow e canetas especiais e dão uma aula interessante, onde o único aluno é o cameraman. Parece até que a mensagens que eles desejam passar é: a escola é um lugar ótimo, mas só quando não tem aluno. Isto seria uma arbitrariedade, já que a escola é para o aluno e só faz sentido com ele. Mas não para todos. Somente para os que desejam aprender e para aqueles que reconhecem o valor do conhecimento.

Tarefas Equivocadas

É certo que existem áreas de atuação profissional e que cada vez mais as pessoas estejam se dedicando a áreas específicas dentro de sua profissão, especializando em um assunto dentro da sua própria área de conhecimento e formação. Com a área de educação não poderia ser diferente. Cada pós-graduação, mestrado, doutorado, pós-doutorado compõem-se de conhecimento específicos dentro da graduação do indivíduo. Exemplo: temos médicos ortopedistas especializados em ossos da mão, temos advogados especializados em direito ambiental, temos biólogos especializados em pesca litorânea e assim por diante. A formação do professor também é assim, com absoluta certeza. Cada qual deve se especializar em sua área de graduação, ou seja, deve ter domínio da sua matéria. Afinal foi para isso que ele freqüentou, na faculdade, um curso específico e não outro. Todavia, algo estranho ocorre no planeta escola com relação a essa dinâmica de conhecimento, no que concerne aos saberes de cada profissional graduado. Devemos atentar para o fato de que todos nós devemos ser instruídos em nosso idioma materno, mas isso não nos qualifica a dar aulas de língua portuguesa, como uma coordenadora sugeriu outro dia: “Um professor de matemática é capaz dar aulas de português, mas o de português não consegue das aulas de matemática.” Ao ouvir esse disparate, dou-me conta de quanto o saber do professor é desvalorizado. Neste equívoco, o conhecimento do professor de português em sua área de atuação fica restrito ao ler e escrever, enquanto o do professor de matemática se torna o saber dos saberes. Do outro lado, os que lecionam matérias humanas teimam em dizer que as pessoas só precisam saber as quatro operações. Se assim fosse, não precisaríamos passar tanto tempo na escola.
Podemos atestar que pessoas físicas pagam assessoria a alguns profissionais no intuito de receber informações valiosas sobre o assunto no qual esta pessoa tem conhecimento. E isso confere poder a quem tem tal informação. O professor faz isso de graça, basta perguntar e atiçar seu prazer de ministrar uma aula seja para quem for. Contudo, esse saber é ignorado até por seus próprios colegas de profissão.
Ler, escrever e interpretar são habilidades muito importantes, assim com fazer contas. E apesar disso, muita gente de alto nível acadêmico continua escrevendo erradamente. A missão do professor de português não é a de alfabetizar o aluno. Estamos centrados nestas habilidades básicas por conta de o aluno não conseguir dominar esses requisitos na fase inicial de sua atuação escolar. E por que será que ele não consegue? As respostas são muitas e as mais diversas. Posso, sem reserva, enumerar desde a super lotação das salas até a péssima remuneração dos profissionais. Mas isso não vem ao caso neste momento. O que estou tentando dizer é que um professor não pode se apropriar do conhecimento de outro profissional de área adversa a sua sob pretexto algum, pois é a ausência de sentido ético. É o mesmo que dizer que uma mulher pode ser modelo, pois tem 1,80m de altura. Esse fato não faz de ninguém modelo, há outras qualidades que norteiam esta profissão. Ser professor de português não significa só saber ler e escrever, isso é o que todas as pessoas alfabetizadas deveriam ter interiorizado. Ser professor de português requer um entendimento amplo das linguagens, um conhecimento abrangente do construir a linguagem, é muito mais do que seguir uma gramática e pontuar erros e acertos, é fazer com que as palavras tenham vida em forma de significados e solidificar o conhecimento humano em sua forma global, contrapondo e ampliando diferentes culturas e línguas. Torna-se muito difícil fazer com que o professor seja valorizado, quando não há entendimento entre seus profissionais ou quando o desrespeito reina.
Profª Silvana Spina